domingo, 9 de março de 2014

O lado bom da vida, de Matthew Quick


Pat Peoples acabou de sair de uma instituição psiquiátrica e não se lembra porquê e quanto tempo esteve lá. O que sabe é que acredita no lado bom da vida e está se empenhando para se tornar um homem melhor, sendo "gentil em vez de ter razão", para que possa voltar para sua esposa, Nikki, após o "tempo separados".

No início do livro, nós, leitores, duvidamos mesmo da capacidade mental de Pat mas, conforme o acompanhamos, percebemos que ele pode ser bastante normal, apenas afetado por um trauma. Quantos de nós não temos ou teríamos reações parecidas com as de Pat diante de situações semelhantes? Quantos de nós não temos alguma vez reações infantis ou violentas diante dos problemas? Antes de julgar Pat, apenas perceba que cada pessoa encara seus traumas com intensidades diferentes.

O título pode enganar e dar a impressão de que é um livro piegas. De que trata apenas da história de mais um personagem que vive muitas coisas ruins e mesmo assim só tem otimismo no coração. Não é nada disso. É um livro sobre realidade, histórias reais. De um pai que não sabe se aproximar dos filhos ou da esposa, a não ser quando o time para o qual torce ganha; de uma mãe infeliz com o marido, mas com um amor incondicional pelos filhos; de uma mulher que reagiu da forma mais absurda para a sociedade diante da morte repentina do marido, mas que foi sua forma de colocar um ponto nessa história; de um protagonista que busca uma solução para a culpa que sente. Então, o título refere-se sim ao fato de que tudo tem seu lado bom, mas a narrativa declara isso de forma muito natural.

Apesar de ter desfechos bastante previsíveis, de não ter nada surpreendente, a história narrada por Pat é bastante envolvente, talvez por essa forma natural de mostrar a vida, e nos faz devorar o livro e querer continuar além dele. É uma narrativa simples, com personagens interessantes - a mãe de Pat e a amiga dele, Tiffany, até poderiam render outros livros -, e simplesmente nos cativa.

Foi feito um filme baseado no livro, mas ainda não assisti. Já vi muitos comentários na internet de que não parece que o filme foi baseado no livro, pois são bem diferentes. De qualquer forma nós, amantes de livros, costumamos achar estes muito mais profundos - e são mesmo, já que há mais espaço para compreender os personagens do que nos filmes. Mas pretendo assistir de qualquer forma.

Se já leu o livro e assistiu ao filme, deixe seu comentário aqui!

Até a próxima leitura!

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